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O Ponto de Mutação
Vieram me perguntar porque considero a dança uma libertação. Para responder, farei minhas as palavras de Franz: "A dança liberta da solidão e da clausura, da poeira das bibliotecas, e lhe abre no corpo as portas por onde a alma pode sair para confraternizar". Foi a definição mais perfeita que já ouvi. Embora seja uma atividade geralmente coletiva, dançar é uma ação que, para mim, gera um prazer único e solitário. Tanto é assim que é bem comum me ver, em meio ao virtuosismo da música, de olhos cerrados e sorriso nos lábios. |
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Da Série: Eu Sou uma Pessoa Neurótica e Anormal
Não conheço nenhuma pessoa além de mim que seja sistemática para comer pizza. Imagina se eu vou fazer aquela sopa de ketshup por cima do queijo e ficar parando a cada três minutos pra cortar a redondinha... Não, não, não. Errado! Eu corto calma e delicadamente toda a pizza em pequenos cubinhos e, somente depois disso, deposito uma única (e somente uma) gotinha de ketshup em cima de cada pedacinho. Só aí eu verdadeiramente começo a degustar tal iguaria. Comer pizza é uma arte (cof, cof!) que poucos sabem apreciar. E para quem sequer pensar em caracterizar minhas habilidades como frescura, aviso antecipadamente que desejo o aparecimento de uma verruga bem peluda na ponta do seu respectivo nariz. |
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Arriba!
É depois de semanas como essa que Kundera se mostra em toda a sua força. Sentir-se leve depois de tanto tempo de peso. Foi tanta correria, tantos trabalhos, leituras, telefonemas (engraçados às vezes, é verdade. jornalismo é a profissão do escatologismo)... É por isso que o fim de semana tem o seu valor e eu vou me acabar de tanto dançar hoje. Libertação, lembra? |
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Transformado em Lebre
- Tomas, em sua vida eu fui a causa de todos os males. Foi por minha causa que você desceu tão baixo, mais baixo é impossível. - Você está divagando. Em primeiro lugar, o que significa tão baixo? - Se tivéssemos ficado em Zurique, você estaria operando os seus doentes. - E você estaria fotografando. - Não se pode comparar. Para você, o trabalho era a coisa mais importante do mundo, enquanto eu, eu poderia fazer qualquer coisa, não me importaria. Não perdi nada. Você perdeu tudo. - Tereza, você não notou que me sinto feliz aqui? - Sua missão era operar! - Missão, Tereza, é uma palavra idiota. Eu não tenho missão. Ninguém tem missão. E é um alívio enorme perceber que somos livres, que não temos missão. |
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Tele-Sexo
E quando a gente pensa que já viu de tudo nessa vida, vem um camarada e inventa isso aqui. Cruzes... |
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Verde Oliva
Lua cheia. Música para corpos colados com muito suor disponível para gastar. Uma declaração de amor não correspondida. Massagem no ego. Cachaça de banana. Sono, muito sono recuperado (e perdido). Algumas borboletas na barriga. Fotos de Félix Nadar. Cala-te Khalo. Aquela entrevista do Michael Jackson. Risos. Sol na pele. Prazeres pantagruélicos. Mais um passo. Cavalo celado, estandarte em punho. Ainda não acabou. |
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Ai... Ai, Ai, Ai, Ai
E eu preciso aprender que sair em véspera de dia de trabalho NÃO é legal. E quarta-feira vai ser tudo assim de novo. Seguimos cultivando abismos debaixo dos olhos que, paradoxalmente, nos faz sentir vivos. Depois a gente resolve com a cosmética o que a qualidade de vida não pode suprir. Enfim, agora é tomar algo forte e ir para o trabalho. Porque quem peca no carnaval paga os delitos na semana santa, não é mesmo? Pois é. Pelo menos estou seguindo firme com a minha meta de ler 2 livros por mês. Hollywood, do Bukowsky e A Insustentável Leveza do Ser, do sensacional e merecedor de um longo beijo na boca, Milan Kundera. Definitivamente um dos melhores livros que já li na vida. E agora Chatô - O Rei do Brasil, do Fernando Morais. É o nosso Cidadão Kane, fazer o quê? Tem que ler, tem que ler... É preciso revisar a resenha de Carandiru, pra entrar no ar terça-feira. "A resenha, a resenha", ela dizia. Eu já vi essa história antes. Tereza sonhava com o seu corpo morto no meio de tantos outros tão iguais. Eu sonhei com um homem morto, transpassado por várias lanças. Uma versão não romântica de São Sebastião (ateus podem falar de santos?). E Ezster não acreditava na morte de Lajos, pois até a morte seria mentirosa, como tudo que vinha dele. |
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Pé de Ouvido - ou - Bizarrices da Agência
- Ai Chiquinho, você têm filhos de 7 anos, né? - Não. Um de 9 e outro de 11. - Olha, eu já estou ficando estressada, sabia? É cada trabalho que eles passam pros meninos que eu vou te contar, viu? - É verdade, é verdade... - Você acredita que no dever do meu filho eles perguntaram: "Quem é a filha da sua avó materna que não é a sua tia?" Quem é, quem é? Oras, eu deixei em branco! Não soube responder! - É a mãe do menino. - ... - BWAHAHAHAHAHAHAHAHA!!! *pobre coitada sai correndo* |
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Muß Es Sein?
O que era leve tornou-se pesado. Pesado. Mas, de uma maneira inesperada, suave, os pólos começam a se mecher. Será de acordo com o pensamento de Parmênides: passaria do pesado ao leve, portanto, do negativo ao positivo? É um olho que vê, um cérebro que dói, uma boca que estremece, um corpo que anceia, um suspiro, um suspiro, um suspiro, um suspiro... Es muß sein! |
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Bem Vindo
O dono dos textos mais deliciosos, fascinantes e sensuais de toda a rede está de volta. Foram muitos os meses à sua espera. Mesmo assim eu seguia religiosamente o ritual de buscar a sua presença todos os dias. Valeu a pena, encontrei-o logo na estréia. Victor é menino especial: misteriosamente desperta o lirismo dentro do meu ser. |
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Estremecimento
Se você me desse o que eu peço, Se você baixasse o barbante e nos deixasse alcançar a cenoura, Se você providenciasse a coragem e a necessidade da coragem, Você me teria de forma pavloviana Lindo, lindo. Chupinhado desse moço. |
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Christiane, 32 anos. Brasiliense. slamgirl[at]hotmail.com