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O sono, oh céus... Onde andará?
Então que vou outra vez para além do arco-íris. E vou bater os sapatinhos mas... Será? Sabe, eu sou uma moça suspirante. Não parece, eu sei. Na verdade só alguns poucos moços sabem disso. Eu até chorei em Jerry Maguire, mas... O que estou dizendo? De volta na segunda-feira. Com muito açúcar. Ou não. |
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A cantora gritante
"Cantava tão bem Subiam-lhe oitavas Tantas tão claras Na garganta alva Que toda vizinhança Passou a invejá-la. (As mulheres, eu digo, porque os maridos às pampas excitados de lhe ouvir os trinados, a cada noite em suas gordas consortes enfiavam os bagos). Curvadas, claudicantes De xerecas inchadas Maldizendo a sorte Resolveram calar A cantora gritante. Certa noite... de muita escuridão De lua negra e chuvas Amarraram o jumento Fodão a um toco negro. E pelos gorgomilos Arrastaram também A Garganta Alva Pros baixios do bicho. Petrificado O jumento Fodão Eternizou o nabo Na garganta-tesão... aquela Que cantava tão bem Oitavas tão claras Na garganta alva. Moral da estória: Se o teu canto é bonito, cuida que não seja um grito" Hilda Hilst |
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Christiane, 32 anos. Brasiliense. slamgirl[at]hotmail.com