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Esse discussão sobre a lei anti-fumo de São Paulo me dá muita preguiça. Porque todo mundo fala pelo coletivo mas, no fundo, tá todo mundo pensando no próprio rabo. E não é difícil perceber isso. Porque a grosso modo quem fuma é contra e quem não fuma é à favor da lei. Aí já fode tudo o que pode ser dito sobre, porque era pra ser uma discussão sobre o bem comum, liberdade de expressão, fascismo e yadda yadda, mas se no fundo ninguém tá preocupado com o outro, que diferença faz?

Eu não havia reparado que só convivo com não-fumantes e fumantes moderados (uns 5, se muito) até que conheci o Luis, amigo de um primo. Luis fuma o tempo inteiro. Sem exagero. Um dia fomos jantar e eu pedi que ele não fumasse enquanto comêssemos e Luis tremia porque não fazia nem meia hora que não dava uma baforada. E foi aí que eu me dei conta do quanto eu não conseguiria conviver com fumantes inveterados.

Para além da história da saúde eu odeio cigarros simplesmente porque eles fedem. Odeio tanto pessoas fumando ao meu lado quanto odeio pessoas peidando ao meu lado, simples assim. É claro que essa é uma simplificação e eu estou pondo no mesmo saco coisas que talvez não sejam possíveis, mas me parece óbvio que essa lei só existe porque as pessoas não têm bom senso. E é claro que eu estou adorando essa lei por vingancinha, mas eu não me orgulho disso.

PS: Lá nos primórdios dos tempos, antes mesmo desta lei pensar em ser sancionada, eu e ele conversávamos sobre cigarros quando em dado momento ele disse "Mas peraí, você fala como se fumar fosse um desvio de caráter". E acho que isso resume um pouco a minha incapacidade de participar sobre o assunto porque, de certo modo, na Christianelândia (termo muito apropriadamente cunhado por ele também, diga-se) é sim.

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Christiane, 32 anos. Brasiliense. slamgirl[at]hotmail.com

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