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A aplicação de hoje seguiu basicamente como a do dia anterior, só que dessa vez eu fui esperta o bastante pra entupi-lo de comida e ter mais tempo com ele imóvel. Acontece que o soro que entra sob a pele não é absorvido automaticamente, então vai formando uma bolotinha nas costas (e por isso agora ele é chamado também de camelinho/Quasímodo, hoho). E à medida que essa porra foi crescendo Xuxu foi se incomodando, parava de comer e olhava pra trás, andava um pouco, enfim: caos e destruição (mentira, ele é bonzinho e se mexe pouco e nunca bruscamente - pelo menos por enquanto...). Mas aí eu já não tinha medo de tocá-lo como quem foge da peste e tudo correu bem (ufa). Veremos como as coisas andam na quarta-feira. Só faltam mais duas!
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Porque eu preciso contar, né? Que as aplicações de soro têm sido um sucesso! Quer dizer... Depois do fiasco daquela vez, só o fato de conseguir introduzir a agulha já é um puta avanço. Mas foi assim: acordei cedo pra fazer a aplicação. Queria aproveitar a claridade pra enxergar melhor e, caso desse errado, teria muito tempo pra lhe fazer companhia e me sentir miserável antes de deixá-lo sozinho pra ir almoçar. Sem contar que quase não dormi e queria resolver logo isso pra não ficar me torturando durante mais tempo.
Cagona que sou, tive que usar um atalho. É que o Fiso-frito não é exatamente aquele tipo de gato que você põe no colo e ele derrete. Deixá-lo parado seria um problema e eu não queria ficar mais nervosa do que estava lutando com ele (eu faço as aplicações sem ninguém pra ajudar). Então dei uma carninha pra ele comer e ficar entretido enquanto furava suas costas. Furei e o gato não pareceu sentir dor, mas também não foi como se não sentisse. Na hora da picada ele olhou pra trás e contraiu a pele, mas voltou a comer. Acontece que eu, em pânico, não queria nem encostar no gato com medo de todo tipo de catástrofe que é possível pensar quando se tem gatos, agulhas e nenhuma perícia envolvida. E eu calculei mal a quantidade de patê, então em menos de 2 minutos ele encheu o bucho e saltou da mesa, fazendo o soro esguichar pra todo lado e sem receber a quantidade devida... O mais importante (e só depois eu pude perceber) é que depois da aplicação ele não teve medo de mim, não ficou magoado nem passou o resto do dia debaixo da cama. E compreendi que a minha maior preocupação era que ele achasse que eu estava lhe fazendo algum mal. Como isso não aconteceu estou confiante que amanhã conseguirei aplicar o que ficou faltando. A ver. |
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Então que Tomas-rosquito tem insuficiência renal. E que se você for procurar por isso na internet vai sentir um frio na espinha quando dizem que a expectativa de vida é de "alguns meses a alguns anos". Como é uma doença que requer que o próprio dono administre o tratamento (e pra não ter um ataque da periquita louca) eu resolvi entrar num fórum sobre o assunto pra trocar informações, receber dicas de quem já aplica soro no gato todos os dias há vários anos etc.
A princípio fiquei devastada com as histórias, porque a morte é lenta e o pobre bichinho vai definhando até ser sacrificado pelos donos que já não podem fazer nada pra que ele fique melhor. Depois senti esperança, porque a grande maioria dos casos só são descobertos quando o gato passa a ter sintomas (e por isso é levado ao veterinário), que costumam aparecer quando os rins nem funcionam mais. Eu dei a cagada de descobrir MUITO no início, quando as taxas do Gordurento indicavam apenas uma leve alteração fazendo um hemograma de rotina quando ele tinha 1 ano e meio. Quando a maioria das pessoas descobre as taxas estão de 5 a 10 vezes acima do normal e o gato tem mais de 10 anos. Durante 2 anos ele só precisou comer uma ração específica para gatos renais e até então eu não tinha sacado que era uma doença em desenvolvimento (burra). Para mim era como uma pessoa que tá com o colesterol meio alto e precisa fazer dieta. No início desse mês a veterinária achou que devíamos repetir o exame e fazer um ultra-som e vimos que só a ração não está mais dando conta do recado (embora os rins dele estejam perfeitamente normais). Aí que a bigorna caiu na minha cabeça. De novo, foi bom ter entrado no fórum porque a alteração do Tomas é praticamente mínima comparada com quase todo mundo ali, o que me faz crer que talvez possamos controlar só com ração e homeopatia depois dessas 10 sessões de soro por muitos anos. Entretanto há o caso de 2 gatos que foram diagnosticados bem precocemente e hoje com 3 e 4 anos (idade do Tomas, diga-se) os rins não funcionam mais, portanto a evolução pode ser rapidíssima mesmo com todos os cuidados. Mas eu tento me desesperar só com as coisas imediatas, tipo o cagaço de tentar aplicar soro no Tomas amanhã depois daquele fracasso. Aliás, se teve uma coisa providencial nessa história foi achar esse site. Eles foram sensíveis o suficientes de logo na entrada botarem um link esclarecedor e gentil para quem acabou de receber o diagnóstico no maior esquema Douglas Adams's DON'T PANIC. Recomendo a leitura para todos que têm gatos e, povo do meu Brasil varonil, por favor FAÇAM um hemograma mais exame de creatinina/uréia nos bichinhos anualmente. Não é uma doença que ataca mais gatos de raça, não é uma doença que só aparece na velhice e, acredite, quando os sintomas aparecem já é tarde demais. Eu sei que é difícil tirar sangue de um gato, eu sei que eles protestam, mordem, enlouquecem, mijam na casa toda depois ou precisam até serem sedados pra conseguir fazer o exame, mas velho, basta ler uma história pra saber que não dá pra fazer economia de palito de fósforo e só vaciná-los todo ano. Além disso peçam sempre pro veterinário examinar os dentes . O hemograma do Tomas foi feito para saber se ele poderia fazer um tratamento para a gengivite congênita dele e tem sido cada vez mais comum os casos de IR felina em gatos com problemas de gengiva/ dente. PS: Só depois de ter a doença foi que eu descobri que alguns antibióticos podem causar IR felina também. Portanto pergunte pro veterinário se esse é um risco antes de decidir qual remédio usar. E né? Nunca dê essas porcarias de Whiskas e demais rações de supermercado pro seu gato. Já é um grande avanço. Juro que não é frescura, depois escrevo um post sobre isso. |
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Sem entrar em detalhes porque dói eu não queria deixar de registrar pra mim mesma a tentativa muito frustrada de espetar uma agulha no meu gato. Antes disso eu fiz o mesmo com quatro gatos que não eram meus e tudo correu bem. Eu gostaria que eu conseguisse, para que ele sofresse menos, mas a idéia de tê-lo machucado esmaga o meu coração. E ter que decidir se tento de novo (já que ele vai ter que levar pelo menos 8 injeções anyway) é uma tortura que eu não consigo nem decidir nem evitar. E eu não sei se alivia ou piora ele vir deitar ao meu lado e me lamber logo em seguida ao meu desastre. E eu adoro essa orelha maior que o meu nariz...
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Christiane, 32 anos. Brasiliense. slamgirl[at]hotmail.com