Quando cheguei ao centro cirúrgico meu vizinho de box, um menino de apenas 8 anos, já estava lá. Passada meia hora, nu e sozinho, Mateus começa a chorar. Chega uma, duas, três enfermeiras e ninguém consegue consolá-lo. Presa na cama ao lado, só me restava ouvir. Como nada dava jeito, deram um apagão no menino. Antes da minha cirurgia ainda pude ver quando o levaram embora. Sua carinha desacordada enterrada no travesseiro, entortando os óculos. E eu fiquei lá, nua e sozinha de coração partido pensando nele.