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Capitania Calunga

Pitoresca, realmente pitoresca esta terra onde os "mandacarus despidos e tristes, como espectros de árvores" rompem a areia (muita areia, diga-se) e as aventuras ultramarinas não podem ser desfrutadas com o encanto da infância, pois esse danado é bravo e pouco convidativo. Na verdade, há areia em todo lugar, tanto que a prefeitura contrata pessoas para tirar os grandes depósitos que se formam na rua, sendo um carrinho de mão enchido em instantes. O lugar fica bem pertinho do olho de um furacão e, exatamente por conta disso, tem um vento que carrega MESMO as pessoas. Passeinhos gostosos esses de ser carregada pelo ar.

Lá se cultuam uns hábitos muito peculiares, e os nativos comem animais ainda com os seus membros, como patas peludas e olhos. Vi coisas realmente impensáveis para mim, como uma carreira de cabritinhos andando numa fila indiana no meio da avenida da capital. Iam lá seguindo o caminho de casa sozinhos, sem precisar de guia. Vi também uma tartaruga marinha linda linda e gigante, enorme, que já deve ter alguns séculos acumulados naquela carapaça cheia de musgos.

Fora isso tinha a casa de um homem muito singular, que é uma verdadeira versão rústica, tosca e talvez até mais sacana de Brennand, que recebia o nome (imagine só) de "Energia Erótica". Dizem até que a tal cabaninha já apareceu no Fantástico. Tinha também aquelas atividades ridículas, mas que não se pode deixar de fazer, como descer uma duna em cima de um cavalo de madeira manco até descambar na lagoa. E também tinha o forró. Ai ai ai, o forró.

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Christiane, 32 anos. Brasiliense. slamgirl[at]hotmail.com

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