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Eu fiz um post imenso sobre coisas imensas. E apaguei porque, afinal, eu posso estar errada. Eu ando pensando muito em Ruanda. E naquele tipo de perdão profundo e absoluto que eles foram obrigados a aceitar pra poder continuar vivendo, criando os filhos, reconstruir o país. Acho que eu jamais seria capaz e fico triste por mim mesma. Porque o rancor parece um veneno auto-infligido, mas na verdade é uma amputação.
Sempre que volto pra casa penso que você poderia estar me esperando na porta, mas eu só encontro propaganda de pizzaria. E não pude deixar de pensar em como as coisas mudam quando a gente se ausenta. E não tem nada de romântico nisso (bem, um pouco). É que na verdade eu não entendi nada e o não saber é tipo uma imobilidade da qual não posso escapar. Como se estivesse acorrentada a um cadáver que fede mais cada dia. E eu fico aqui agarrada nessa esperança tão inútil, já que você nunca foi atrás de nada. Mentira, já voltou atrás de mim. Será que acabou a minha cota? Mas o pior mesmo é que esse retorno seja só uma reparação. Eu quero re-erguer uma basílica. |
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Christiane, 32 anos. Brasiliense. slamgirl[at]hotmail.com
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