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Ontem, pensando nas férias em Brasília que se aproxima, me dei conta que praticamente todas as minhas amigas já estão grávidas ou com filhos. Todas. Desde as de infância, as de colégio, da universidade etc. Devem ter sobrado apenas umas 3 que ainda não tem (mas uma já faz planos fortemente, quer dizer).
Eu imagino que ter um filho seja fascinante e que todas as coisas que envolvem o desenvolvimento do bebê é interessante e tal. Eu mesma pergunto bastante, porque tenho a maior curiosidade. Mas será que aquele estereótipo de que mulheres casadas/com filhos não conseguem falar de outro assunto vai se concretizar? Quer dizer então que perdi todas as minhas amigas para a putaria desenfreada sem contraceptivo (uma já estava de casamento marcado quando engravidou, justiça seja feita)? |
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O mais legal de se fazer uma cintilografia óssea é que você não pode se aproximar de uma grávida pra não correr o risco do feto desenvolver uma 3° orelha e que, se mijar no chão, tem que avisar o hospital pra um esquadrão especial muito próximo ao Child Detection Agency (corre lá para 7:41) limpar seu xixi radioativo
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Eu gosto muito de falar o quanto sofro. MUITO. Tipo do quanto aos 27 anos eu sinto dores e tenho doenças de velho. Mas de verdade dessa vez. Não que isso impeça a minha velhice de espírito. Mas né? Encrustou nas carnes. O lance é que as dores e os remédios todos dificultam muito articular uma pequena oração. Assim, sujeito + predicado. Como não conseguiria nem reclamar decentemente da minha miséria, volto quando for mais fácil pensar.
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Para deixar claro que eu sou uma mocinha suspirante e, talvez, me expressar melhor naquela história ler e não ler: é que nem a história de Aladdin. Para mim, os livros têm o poder de abrir os olhos, tirar do palácio, trazer sensações que em uma vida talvez não desse tempo de serem experimentadas só com o dia a dia. "A hundred thousand things to see. I'm like a shooting star, I've come so far. I can't go back to where I used to be". Elimine a breguice e atenha-se ao básico. Mas é isso, não dá pra voltar atrás, é sem graça. E não é pedir muito alguém que compartilhe o tapete, né? Vejam e suspirem também:
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Já tem um bom tempo que estou pra escrever isso mas, se você quer entender o que eu digo, vá ver as fotos do Ralph (caça o ipê amarelo mais lá pra baixo pra ver só). Aliás, eu não me lembro dele fotografar tanto Curitiba quanto Brasília. Não sei se é porque naquele tempo ele ainda não era (tão) dado ao ofício ou se o cerrado lhe oferece mais encantos. A ver.
PS: A mulher dele é muito mais bonita pessoalmente. Assim, bonita de humilhar absurdo o restante das viventes. Benza deus! PS2: Esse lindo layout que fica todo cagado no firefox foi feito por ele. Que aliás ficou de fazer um gif com os créditos nos tempos do finado ópio e até hoje nada PS3: Tá um festival de links, capslock e ps por aqui, né? Vou abortar a poluição visual. |
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Pois sim, acordei às 4h30 e foram mais de 7h em pé pelo ingresso. Ao contrário do caos que saiu nos jornais, eu achei tudo até bem pacífico. Quer dizer, os cambistas se aglomeraram sim lá na porta na maior cara dura de quem tava acampado há 5 dias e como os organizadores só se mexeram pra arrumar a fila na hora de abrir o portão, eles se misturaram sim com os primeiros e se deram bem.
Mas depois dessa meia hora inicial de bagunça os fãs que estavam atrás manteram a linha e se comportaram civilizadamente durante todo o processo (pelo menos lá no Credicard Hall). Aí, só foi demorado mesmo porque, né? Muito desocupado numa fila pra comprar ingresso é isso mesmo. Ah! É verdade também que a terceira idade compareceu GERAL pra comprar pra alguém que ficou no conforto do lar e, se não fosse tudo isso, eu teria passado menos... sei lá... 1h na quenturinha do povo mas... Quem não sabia que seria assim, né? Eu que já fui preparada pra me sentir numa prova do líder escrota de resistência do BBB achei que passei com louvor pela penúria. Pensei que morreria de agonia e de tédio ao ficar lá fazendo nada durante sete fucking horas, mas nem. Passei imune sem nem socializar com ninguém (típico). Eu sofro toda vez que penso em me levantar, é verdade, mas também não esperava nada menos do que isso. PS: Alguém realmente achava, do fundo do coração, que seria possível comprar ingresso de outro jeito que não lá nas bilheterias? Acredito não, hein |
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Algumas pessoas acham que sou o oposto disso (né, Daniel?), mas a verdade é que concordo com o que o Paulo disse. O problema maior com quem não lê, na christianelândia, é de ordem sentimental, que tem a ver com a solidão profunda e a frustração de não ter com quem compartilhar as opiniões sobre certas histórias que os outros desconhecem e não fazem a mínima questão de conhecer.
E isso me faz lembrar o dia em que, num grupo de umas oito pessoas eu ri ao pensar que o boteco onde estávamos se chamava Antígona's e ficaram todos me olhando com aquela cara de cu sem entender nada. Nada ainda adiantou a minha insistência: "Antigona, filha de Édipo? Édipo? Édipo Rei? Que comeu a mãe, matou o pai? Aquele mesmo do complexo de Édipo e tal?" e ficaram todos alí só me olhado e me achando muito esquisita sem nem tentar saber do que eu estava falando. É das solidões mais tristes, a das idéias que são impossíveis de serem compartilhadas. |
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Porque recordar é viver e porque a chance de achar um doador compatível pode chegar a UMA EM CEM MIL. Cadastrem-se como doadores de medula óssea. Aqui em São Paulo a entrevista e a coleta de sangue é feita no mesmo dia e não precisa agendar nada nem precisa fazer jejum ou coisa que o valha, basta aparecer lá na Santa Casa (os outros hemocentros não fazem a tipagem) com o RG e depois esperar acharem um paciente compatível.
PS: Hoje em dia as coisas já estão mais modernosas e é possível fazer a doação sem precisar de cirurgia, apenas puncionando a veia. Para o doador a coisa toda é bem parecida com uma sessão de hemodiálise, mas de todo modo me parece mais seguro e confortável que a cirurgia, além de você ir embora logo após a doação. Mas creio que esse método, por enquanto, só deve constar nos hospitais de ponta... |
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Uma das coisas mais legais das visitas que fiz este ano a Alagoas foi perceber como a minha experiência visual é limitada. Nunca tinha visto um navio de perto e mesmo sabendo que eles são grandes não estava preparada para aquela enormidade toda. É algo impossível de ser absorvido completamente na paisagem para ser só um elemento da vista. Impregnada que estou pelos estudos, não consigo descrever os navios de forma precisa sem que seja através da semiótica: eles são atores sintáticos que, manifestando de tal modo sua "pregnância" avançam sobre mim, sujeito-observador (que nem dizia Greimas). Que coisa linda o porto e seus navios...
Outro exemplo dá conta do quanto fiquei maravilhada pela cor da água dos mares de lá. Então, um dia, depois de quase quarenta minutos extasiada contando ao cabeleireiro o tom de verde que eu nunca imaginei ser possível existir, que coisa maravilhosa e única era aquilo ele vira e me diz, todo empolgado: "Você já esteve no Caribe? A água de lá é igual!" |
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Engraçado lembrar que esses desesperos de solidão eu só tive antes de arrumar o 1° namorado. Depois disso, mesmo passando anos solteira nunca mais foi sofrido estar só nesse dia. Talvez porque quando adolescente a gente tenha aqueles medos tipo "mas então é isso? ninguém na vida vai me querer?" ou então talvez seja porque com os anos eu fui amadurecendo e curtindo mais a minha própria companhia.
De fato, muitos dizem que eu tenho cara de quem não precisa de ninguém, mas isso não é verdade. Eu só não consigo aceitar essa idéia que alguns têm de que pra sermos completos é preciso outra pessoa. Eu não necessito amar um mocinho para ser feliz, completa ou o que seja. Só passou a ansiedade. E o fato de não mais arrastar correntes ouvindo Lulu Santos |
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Queria comer pizza, mas não queria pedir porque 1) não consigo sequer comer meia pizza média e 2) estou muito pobre e o preço da brotinho é quase o mesmo da grande. Resolvi ir ao mercadinho alí da esquina. Eu sabia que estava frio, mas com as janelas fechadas subestimei a temperatura. Fui de chinelo e quase uma hora depois os dedos ainda estão dormentes. Não tinha mini-pizza, mas fiquei feliz pela grande custar R$3,80.
Aqueci o forno e, burra, só depois de uns 3 minutos assando percebi que tinha posto a pizza inteira lá dentro, ao invés de cortá-la num tamanho compatível com a minha fome. Pensando nos desabrigados famintos de Mianmar, soquei a pizza pra dentro até onde aguentei, tomando uma quantidade absurda de refrigerante pra ajudar a descer. Tipos comi metade de uma pizza grande. Se você me conhecesse saberia o quanto é uma quantidade estúpida para a minha pessoa. Lá veio a gastrite numa queimação absurda. Pra tentar aplacar e sem Colantil ou Pantozol, tomei um pouco de leite. Conclusão: estou passando mal pra caralho e é provável que passe a madrugada inteira vomitando as tripas porque fiquei com dó do desperdício. Acho que morrerei. |
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Muitos amigos casados ou casando. Longe de mim querer ser preconceituosa com o meu sexo, mas eu acho que muito é culpa das mulheres esses casamentos irresponsáveis. As mulheres tendem a achar que casar é uma conseqüência natural de um relacionamento longo e não um compromisso de amor no qual você vai ser responsável pelo outro e vice-versa.
Mas sempre que se fala em casar eu penso em algum episódio de E.R onde é o marido (ou a mulher) quem decide se faz ou não aquela cirurgia escrota que pode salvar ou matar o infeliz. Acho que casamento é isso. Saber se você confia o suficiente naquela pessoa a ponto dela decidir sobre a sua vida ou morte |
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Vendo um documentário sobre transexualismo me chamou a atenção que, do grupo alí entrevistado, mais da metade antes se definiam como lésbicas e se relacionavam com mulheres. À medida que seu processo de mudança (física, é claro) de sexo foi acontecendo (algumas já haviam feito a cirurgia, outras não) passaram a se relacionar com homens homossexuais.
Embora o número de pessoas entrevistadas obviamente não seja expressivo e nem esse fosse o tema do documentário, me pergunto se o lance do homossexualismo não seja, afinal, ser atraido por alguém do mesmo sexo, mas sim pelo semelhante. |
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Perto de muita água tudo é feliz
Fevereiro tem cheiro de cinzas. E é sempre quando o meu coração se enche de amor e quando rumo para o norte de encontro ao mar. Nessas manhãs abria a janela e via aquela imensidão verde, de uma cor jamais vista. A água salgada é o prisma onde absorvo o universo que me rodeia e onde mergulho no fundo de mim mesma. Volto às origens e sinto paz. É tempo de reconhecimento. É um novo começo. No mar. |
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Arquivos
Christiane, 32 anos. Brasiliense. slamgirl[at]hotmail.com