0     8:57 PM
Minhas férias

Indo pro cerrado. Mas antes, preciso frisar que os paulistanos não sabem a diferença entre:
- picolé e sorvete
- balão e bexiga
- semáforo e farol
- biscoito e bolacha
- lanche e sanduíche
- suco e vitamina

(estou esquecendo de algo, mas enfim... é isso)
0     3:05 AM
Em tempo

Um mosquito me picou e agora eu tenho O MAIOR SARCOMA DE CARPOSI DO MUNDO no braço
0     7:22 PM
Tele-catch

É ruim sempre se lembrar de certo alguém quando você ouve falar sobre OXIÚRO?
0     9:37 PM
Pega no meu danoninho 2 litros e balança

Encoxando forte, mano. Sussa.
0     6:23 PM
Nostalgia do corpo-corpo coletivo

Digam o que quiserem, mas o auditório do Ibirapuera é uma mulher de pernas abertas.
0     12:20 AM
Aqui também bate um coração

Ontem um moço dormiu aqui em casa. E o moço tem uma bunda boa e é cheiroso minha gente, mas isso não quer dizer nada porque entre eu e o moço não existe a vontade de. Até porque segundo o moço eu sou "a mina de blublublu", embora blublublu nem saiba disso (eu acho). Mas enfim. Então eu perguntei ao moço se o fato de passar a noite expremendo os cravos das costas dele não era bem pior do que consumar a vontade de, que nem a massagem no pé em Pulp Fiction...

O fato é que há tempos eu não vivia uma situação assim com cara de fim de infância, passando a madrugada comendo hamburguer, brigando pelo controle remoto da televisão, contando odisséias ridículas de antigos amores infantis e fazendo planos de ir ao Wet'n Wild (é assim, né?). E eu que andava vivendo os ultimos dias que nem um aperitivo, tipo uma Bloomin' Onion do Outback, virei um Strawberry Cheesecake da Häagen-Dazs.

:~~~~~

Emoticons, por deus... Tenho medo.
0     4:20 PM
Segue o seco

Juro que eu sinto falta das cigarras.
0     10:45 PM
Ponto de fuga

Eu sei que você sabe que eu sei que você sabe que é dificil de dizer.
0     7:21 PM
24

Minha virilidade a perigo.
0     5:10 PM
Candongas fazem a festa

Demorou apenas 62 dias de residência paulistana para eu ser assaltada. Que maravilha.
0     10:55 AM
O RUSSO

Ei-lo.
0     1:59 PM
Carnival came by my town today

and I'm here
by my door
waiting for you

oh.
0     12:15 AM
Suspiro

(e chove)
0     11:06 PM
Duplipensar sim, mas o que?

Desde que me mudei pra cá que vivo a odisséia da persiana nunca instalada. Eu até poderia contar a história toda, mas não é o caso. O fato é que por causa disso os moradores do prédio defronte podem se divertir vendo a minha patética rotina de comer de pijama na frente da televisão que nem um zumbi.

Acontece que isso tem gerado um comportamento um tanto bizarro: de uns tempos pra cá as pessoas andam elas também expondo suas rotinas pela janela, embora elas possuam janelas de vidro jateado e cortinas. Ontem, um moço de braços torneados arrumava uma mala enquanto me via passar roupa e sabia que era visto. Em dado momento, perguntou com gestos se certa bermuda era melhor que outra.

Hoje, vejo que no 2° andar há uma cozinha industrial cheia de lindos utensílios de cobre e só posso imaginar as maravilhas que saem daqueles vapores todos. Na janela defronte à minha um moço de barba por fazer fuma um cigarro enquanto digita algo no computador. De vez em quando ele me lança um olhar vazio... Imagino que escreverá por toda a noite.

Eu me pergunto se esse novo comportamento é um voyerismo que acabou nutrindo nos outros uma vontade de também ser visto ou se, no fundo, essas pessoas perceberam que há de fato pouco da intimidade que seja constrangedor. Não importa. Na próxima segunda-feira (se os canalhas da persiana não me enrolarem mais uma vez) vai acabar a farra de expiar a minha vida ordinária e isso não fará a menor diferença.
0     12:50 PM
O declínio sontaguiano

A verdade é que o excesso de gentileza é a mais delicada das brutalidades
0     9:09 PM
Adendo

Eu não gosto das pessoas que ligam na hora da novela
0     10:01 PM
Ai, os homens que mijam na pia - ou - A valorosa Bradamante

- Sinto que em breve terei um russo sob os meus lençóis
- Mais do que nunca, eu lamberia as coxas de Calvino
- Sim, tudo continua bem na Veneza implícita de Marco
0     5:39 PM
Amélia de cu é rola

Primeira semana morando só e eu decepei a cabeça do dedo lavando o banheiro
0     1:21 AM
Abrindo espelhos

A despedida perfeita que só a minha cidade podia proporcionar: aqui
0     1:00 AM
Das verdades universais

Ele sentia tesão. O que ela sentia era paixão. Ela não queria esperar por ele. Esperar tesão virar paixão. E assim como começou, num impulso terminou. E tudo está muito bem. Ainda tudo em comum. As mesmas musicas, os mesmos filmes...

dele
0     7:58 PM
Condessa Olenska

Também dez anos depois, eu tive o meu pôr-do-sol. Mas ambos pegaremos aviões.

(Dez sim. Não pergunte)
0     11:07 PM
No auge do deboche

Primeira noite no apartamento novo e já me reclamam do barulho
0     1:31 AM
Cogito me cogitare

Dentro de mim mora uma mulata muito gostosa. Ela é pobre, mas feliz porque a sua bunda é perfeita e seus peitinhos, divinos. Ela desfila na Mangueira, e no seu mundo não tem lugar pra dor nem tristeza. Pra ela não existe ontem nem amanhã, só um hoje eterno e ensolarado. Dentro de mim mora um velho judeu polonês que vive amargando um passado doloroso, o seu Moishe. Ele é um chato ranzinza que toma sopa de repolho resmungando às seis da tarde na frente da televisão. Ele odeia deus e a natureza. Não existem mais cores no seu mundo, só diferentes tonalidades de cinza e bege. *

Sempre preferi os opostos às coisas simples demais. É por isso que sempre gostei mais de Elinor a Marianne. Enquanto a pobre apaixonada de Razão e Sensibilidade ardia fisicamente em febre por causa de Willoughby, Elinor ardia por dentro, como uma fortaleza, por carregar o amor escondido no fundo da alma. E por isso mesmo é tão forte a descrição do seu choro ao descobrir que Edwards não se casou.

São Paulo é, para mim, como Elinor Dashwood. Quem não entender essa dualidade não entende a lógica paulistana. E é por isso que de modo geral não gosto de cariocas, sempre apaixonados demais apenas pelas coisas boas da sua cidade. Sempre dou o mesmo exemplo, mas não canso de me repetir: a realidade cruel e opressora de São Paulo ao invés de anestesiar, causa uma hipersensibilidade. Pelo menos no meu caso.

É um círculo incongruente, eu sei, mas que se fecha. Como a fuga do peso que baliza a vida em A Insustentável Leveza do Ser, ou como o rosto de Otto refletido nos olhos de Ana em Os Amantes do Círculo Polar, mas isso já é outra história. O que importa é que em agosto vou para São Paulo, mas dessa vez para ficar.

* Texto de Henrique Goldman, cineasta. Com adaptações.
0     2:26 PM
Cantando e rodando

Cinco horas sozinha em casa. E eu já dei fim em 15 copos e bati o carro.

Call me Travis Bickle
0     9:24 PM
Na Avenida Paulista eu ei de te encontrar

Não morri. Estava em São Paulo a cuidar da vida. E sobre esta terra é preciso dizer o seguinte:

- Os paulistanos olham mais, mas cantam menos
- "Causar" é a gíria mais ridícula de todos os tempos. Bem como os que dela fazem uso
- O jeito fanho de falar desse povo só fica bom na boca dos homens
- A comida é mais cara. Mas de um tanto estúpido e pantagruélico
- Todos os "alternativinhos-cool-só-ouço-roquinho" merecem a morte
- Reclamar da humidade relativa em 25% é para os fracos
0     11:07 PM
...

No hay banda
0     11:34 PM
O sono, oh céus... Onde andará?

Então que vou outra vez para além do arco-íris. E vou bater os sapatinhos mas... Será? Sabe, eu sou uma moça suspirante. Não parece, eu sei. Na verdade só alguns poucos moços sabem disso. Eu até chorei em Jerry Maguire, mas... O que estou dizendo? De volta na segunda-feira. Com muito açúcar. Ou não.
0     9:31 PM
No fantástico país dos exames laboratoriais II

Você já viu sangue esguichar do seu próprio corpo? Pois é...
0     11:18 PM
A cantora gritante

"Cantava tão bem
Subiam-lhe oitavas
Tantas tão claras
Na garganta alva
Que toda vizinhança
Passou a invejá-la.
(As mulheres, eu digo,
porque os maridos
às pampas excitados
de lhe ouvir os trinados,
a cada noite
em suas gordas consortes
enfiavam os bagos).
Curvadas, claudicantes
De xerecas inchadas
Maldizendo a sorte
Resolveram calar
A cantora gritante.
Certa noite... de muita escuridão
De lua negra e chuvas
Amarraram o jumento Fodão a um toco negro.
E pelos gorgomilos
Arrastaram também
A Garganta Alva
Pros baixios do bicho.
Petrificado
O jumento Fodão
Eternizou o nabo
Na garganta-tesão... aquela
Que cantava tão bem
Oitavas tão claras
Na garganta alva.

Moral da estória: Se o teu canto é bonito, cuida que não seja um grito"

Hilda Hilst
0     7:04 PM
Hm

Essa porra está, sem querer, parecendo alto-ajuda. Vou começar a escrever umas sacanagens. Juro.
0     11:14 PM
Explicando coisas óbvias de forma complexa

Às vezes, o caminho é melhor que o destino. Às vezes, o simples fato de começar uma viagem já provoca uma transformação. Às vezes, o bacana é viajar sem destino, parando nos lugares mais agradáveis. Às vezes, é preciso trilhar um caminho único. Às vezes, São Paulo vira uma novela mexicana.

0     2:40 PM
Um copo de cólera

Alguém me disse que quando sumo por um longo período é que estou trepando muito. A verdade é que engoli uma espinha de peixe-espada que me rasgou a garganta e não me deixa falar. Estive na Sicília. E na Grécia. Por lá, segui os passos de Mayol. Horas e horas de mergulho e apnéia. Desci no mar fundo como nas imagens de Besson e fui, em camera lenta, até onde permitem a náusea e a vertigem. Terminarei fazendo como ele mesmo fez: perder-se naquela paz e naquele silêncio, deixando Joana ao léo.
0     7:02 PM
0     11:34 PM
Ele puxa no umbigo até matar - ou - Chamada em espera

Eu preciso mudar alguma coisa no meu continuum espaço-tempo. Imediatamente. Aí ou colho os louros da vitória ou me fodo no final. Boas opções, ambas.
0     4:23 PM
Que puxa

Brasília continua com a mesma chuva idiota. E na abadia de Thelema, comi tal qual Pantagruel.
0     1:35 AM
There is a light that never goes out

E na vontade de não parar, de não me ater, de não pensar, vou a São Paulo. Engraçado que, pensando agora, a paulicéia me parece um grande quadro sumi-ê ou uma verdadeira noite suja. É que ando meio adepta de Derrida, se é que me entendem. Enfim... Gostaria de conhecer algumas pessoas e reencontrar outras. Mantenham contato. E cuidem do quintal.

0     4:40 AM
Exibições de prestidigitação

Terno beijo. A Márai. De Eszter.
0     5:57 PM
Sambando na lama de sapato branco

Por vezes o melhor é não entender. Não entender o desejo dos outros, os processos alheios e até mesmo as próprias motivações. O hermetismo mais do que nunca torna-se um instrumento de sobrevivência.

Arquivos

Christiane, 32 anos. Brasiliense. slamgirl[at]hotmail.com

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