0     3:02 PM
Quem leu, leu. Quem não leu já eras. Ando muito combatendo a minha prolixidade. E daí que precisei escrever, conversar com Carola e muito matutar pra finalmente chegar no que queria dizer: Quando o assunto rebate por aí, costuma-se perder o sentido. Porque deixa de ser uma discussão sobre o que é a beleza, uma doença séria etc pra virar um discurso sobre o sentimento de inadequação da pessoa no mundo.

Pode ver que o argumento sempre descamba para duas correntes. 1: "marca x não tem roupa que me serve" e "não estou no padrão mas sou linda". Que é de um egoísmo profundo. Porque acha que dificuldade em se vestir e auto-estima é problema da categoria. E 2: "essa imposição da moda faz milhares de mulheres se matarem pra caber no size 0". Cara. Se você acha que precisa ser um palito pra ser bonita-desejada-qualquer-coisa, o menor dos seus problemas é se achar feia. Porque aí, né? Não se está percebendo minimamente a realidade.

Eu realmente acho que quem está de bem consigo não perde tempo falando da magreza, gordura, burrice alheia. Comenta é com o marido: "ó que CARNÃO". Vou dizer também que antes do advento do jeans + strech não existia calça que me cabia quando eu era assim. E quem disse que a moda/ marketing tem que ter bom senso? Ali é o terreno da fantasia, não deve nada à realidade. Bom senso tem que ter quem faz a tradução pro dia a dia.
1     11:26 PM
Tem sido frustrante. O pé está mais inchado que antes e embora a fisioterapia tenha sido leve eu passo o resto do dia sem andar de tanta dor. E como eu fui enrolada durante quase 3 meses agora eu fico paranóica toda vez que sinto o local da fratura doer achando que pode estar retardando o progresso. E não quero ligar pro médico. Porque eu sei que além disso vou dizer também que sei que o remédio-que-fode-o-estômago-e-custa-o-rim pode causar osteonecrose e que mamãe tem, então será que devo etc. Aí além de paranóica eu serei hipocondríaca. E eu não quero ouvir que devo voltar pra bota.

E agora eu entendo porque a fisioterapeuta deu um sorrisinho enquanto falava de analgesia e eu dizia que já ia malhar. Mas na verdade tem havido progresso. Como reaprender a andar (direito). E cara, é difícil. É que eu funciono assim: enquanto eu não vejo horizonte eu não me permito muxoxo. Então banquei a Poliana durante todo esse tempo. Então agora que as coisas começam a melhorar - mesmo que lentamente - a frustração acumulada vai transbordando. Inclusive quase publiquei sobre a 1° vez que andei pela rua foot free: Choveu, eu saí de chinelo e quase mijei nas calças. Desisti porque nem eu tava me aguentando.

Toda a Odisséia:Como tudo começou, saga 1, saga 2, saga 3, saga 4, saga 5, fim!
4     5:37 PM
TIREI A BOTA!!! Mas o pé não terminou de colar. E sabe lá deus quando é que isso finalmente vai acontecer. E eu nem posso fazer uma piñata com ela porque essa é a hora boa de quebrar o pé de novo. Porque quando você fica quase três meses sem usar o pé o resultado é o que os médicos chamam de "pé bobo". Então é fácil de você acabar tropeçando novamente e cagar a parada de novo.

Mas na verdade o pé não fica bobo. Ele toma um ácido. Cada passo que dou sinto que o chão está se abrindo embaixo dele e até agora eu não senti choque nem dor (como o ortopedista disse que é comum acontecer) mas uma sensação geral escrota que eu não sei bem como definir. Aliás, sei sim. Sabe aquela sensação antes de desmaiar? O desfalecimento, a vertigem? É exatamente isso que eu sinto, só que no pé direito.

Então é isso. Quatro sessões de fisioterapia por semana, tomar um remédio que fode o estômago, andar na rua só com esses tênis horrorosos nesse calor fodido e saber que vou manquitolar ainda por mais três meses. Ah sim, pra não perder o costume, tirar outro raio-x e voltar lá daqui 1 mês. A não ser que eu cague o pé antes.

PS: Com essa história de viver dentro de casa, Tomas tá um entojo só. Basta descer pra buscar o almoço na portaria que ele fica miando como se fosse abandonado para sempre.

PS2: Com essa história de não poder ir almoçar, só pedir comida em casa e passar os dias com a perna pra cima, virei uma baleia gorda e sem viço. Mas agora eu posso malhar, rá!

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Christiane, 32 anos. Brasiliense. slamgirl[at]hotmail.com

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