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Voltei com raio-x novo no ortopedista e a notícia é que colou... até demais! De modos que imagino que vou ficar com esse calombo eterno... Agora é vida normal e o pé deve ser desafiado para voltar a ter totalmente a força que perdeu, então posso usar salto. Mas é melhor os que tem solado bem firme porque ainda dói quando algo pontudo pega o cubóide (veja a imagem) na sola e ainda não me equilibro direito em saltos muito altos e que não seja anabela. E doer ainda dói. Todo dia. Piora quando ando muito. Diz o médico que ainda será assim por uns 2 anos. Eu quero crer que vai ser essa putaria sempre que ficar frio etc. Me fodi.

Muita gente chega aqui atrás de pé quebrado, então acho que não custa dizer algumas coisas da minha experiência que talvez tenha passado batido. Mas antes, tem que lembrar que eu quebrei abaixo do 5° metatarso e que pode não valer pro seu caso. Vamos lá:

Sintomas/ Como saber que o pé está quebrado? Olha, eu nunca tinha quebrado nada antes, só torcido. Mas a dor é BEM pior. Eu não tive certeza imediata que o pé estava quebrado (embora agora pareça bem óbvio que não podia ser outra coisa) e ainda tentei botar um gelo, mas depois de uns 15 minutos ficou claro que nada melhorava e que o negócio era feio. Eu cheguei ao hospital arrastando o pé, não suportava tocá-lo minimamente no chão. Meu conselho é: esquece o google e vai logo pro hospital. O que quer que seja esperar só piora.

Como se vestir? Juro que mais de 200 pessoas chegaram aqui procurando por isso. Então vamos lá: reza pra quebrar o pé no calor. Aí bermuda e saia é fácil. Como a minha odisséia foi comprida, peguei todo tipo de tempo. Calça tem que ser mais larga mesmo. Desiste da Gang. Fora isso é sentar lá e saber que você vai gastar muito tempo da sua vida mesmo (e quebrar muita unha) puxando aquela perna de calça. Devagar e sempre será o lema para muitas coisas na sua vida por muito tempo. Guente-se.

Sobre a dor: Vários tipos de perguntas sobre isso. No meu caso, não doeu assim que quebrou não. Aliás, eu voltei pra casa andando e só quando acordei no dia seguinte é que ele doía alucinadamente, estava inchado e roxo. Não sei se é assim em todo caso. Meu problema maior sempre foi tocar na área da fratura e pisar no chão. Então enquanto estava engessada e não podia pisar na verdade quase não sofri com isso. Nem tomei muito anti-inflamatório. Quando acabou a imobilização e comecei a andar aí doeu e não foi pouco, mas nunca tão intenso como antes de engessar.


Quebrei o pé/tirei o gesso e tá super inchado: Segura na mão de deus e vai porque seu pé vai ficar inchado durante um bom tempo ainda. Logo que se quebra ou torce ele incha por causa do trauma. O corpo manda mais sangue para aquela região pra poder levar os agentes que vão ajudar a colar o osso, diminuir a dor etc. Depois de imobilizado ele incha também porque fica muito tempo imóvel e acumula líquido, não tem jeito. Depois de anos é provável que ele ainda cresça depois de um dia que você não parou um minuto, andou o dia inteiro. É normal e você vai ter que ter sempre aquela pomadinha pra passar de vez em quando. Ser quebrado é ser meio velho, aguente.

Fisioterapia é importante? Muito. Se tem uma coisa que eu descobri depois que quebrei o pé é que existe uma confraria secreta dos aleijados. Muita gente vinha do nada falar comigo e chorar seu passado de dor e sofrimento. Todos batiam nessa tecla. Ainda mais se você vai passar muito tempo sem mexer o pé. Os que não fizeram se arrependem amargamente porque a recuperação nunca foi perfeita. Uma das coisas que eu tinha que fazer toda semana era corrigir o modo de pisar pra não ficar manquitola pra sempre, por exemplo. E tenho certeza que a minha recuperação teria sido MUITO mais demorada se não tivesse feito.

Meu conselho final é: Não tire o gesso antes do tempo! Dito isso, nunca quebre o pé. Principalmente esse que é o osso maldito e mais difícil de ser colado do tornozelo pra baixo. Andar é muito complexo e difícil. Você faz isso automaticamente agora mas houve um motivo pra você demorar tanto a andar. Cuide bem dos seus pés, de verdade. Eles merecem muito.


PS: Por motivos de segurança (e frescura) eu nunca respondo nos comentários. Mas leio todos e retorno quando deixa o contato. Se quiserem conversar comigo, manda um e-mail pro slamgirl/@/hotmail.com que eu vou adorar ouvir a sua história e compartilhar o sofrimento, hohoho. Ah! Recomendo firmemente também que leia todo o meu processo, caso você tenha chegado aqui interessado no que você vai enfrentar até ficar bom. Juro que os outros posts não são tão grandes. Mas foram muitos meses até ficar bacana e não é possível condensar toda a experiência aqui e pode ser muito ruim abandonar o tratamento na metade.

Toda a Odisséia:Como tudo começou, saga 1, saga 2, saga 3, saga 4, saga 5, fim!

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Christiane, 32 anos. Brasiliense. slamgirl[at]hotmail.com

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